Minha Alemanha

Uma amiga me perguntou “o que você tanto faz na Alemanha?”.  Na verdade, estive lá apenas duas vezes, mas, coincidentemente, foram quase seguidas.

Em dezembro do ano passado, fiz um stopover em Munique. Ou seja, dei uma paradinha na cidade, no caminho do Japão para o Brasil. Afinal, eu deveria fazer escala lá e adorei a ideia de conhecer um pedacinho da Europa, sem gastar muito.

Foram apenas 24 horas e eu já contei essa história no post “Que cidade é esta?” (http://www.otempo.com.br/blogs/?IdBlog=37&IdPost=13026).

Seis meses depois lá estava eu na Alemanha de novo. E a segunda viagem foi ainda melhor, pois tive muito mais tempo para curtir o país – uma semana – e eu estava acompanhada do meu amorzinho, que é alemão : )

Fizemos escala em Pequim, o que eu recomendo por três motivos:

1 – O voo direto é bem mais caro. Nós pagaríamos 130 mil ienes (mais ou menos 1.600 dólares), cada, para voar de Tóquio a Frankfurt pela Lufthansa, sem escala, mas pagamos 100 mil ienes (mais ou menos 1.250 dólares), num voo da Air China, com a paradinha de 3 horas na China;

2 – É ótimo poder sair um pouquinho do avião, dividir a viagem de mais ou menos 13 horas em duas, e poder esticar as pernas, ver lojinhas, tomar um verdadeiro chá chinês (foto abaixo), comer num restaurante, usar um banheiro de verdade etc;

3 – Fazer turismo: o aeroporto de Pequim passou a ser um dos mais imponentes e famosos do mundo, após a reforma para as Olimpíadas de 2008. Era o maior do mundo, com quase 1 milhão de metros quadrados, até Dubai construir um maior logo depois. Confesso que não me impressionou tanto, mas matou a minha curiosidade.

Depois de sentir o gostinho de estar na China e me divertir tentando decifrar os ideogramas chineses – baseada nos meus modestos conhecimentos de japonês –, desembarcamos em Frankfurt e, de trem-bala, continuamos a viagem até Bonn.

Lá a cunhadinha nos esperava de carro, e seguimos para a cidade da família que eu ainda não conhecia: Colônia (Köln para quem consegue pronunciar. Eu desisti de tentar! Haha…).

Amei tudo! A começar pelo pôr-do-sol depois das 9 e meia da noite! Incrível para uma marinheira de primeira viagem! E depois por ver de perto as fofíssimas casas em estilo alemão, a paisagem – tudo verde, graças à Primavera – e as antiquíssimas, gigantes e belíssimas construções.

A Catedral de Colônia é ma-ra-vi-lho-sa!

A caminhada de 1 hora, floresta adentro, até chegar às ruínas de um castelo, com uma vista deslumbrante – e o piquenique com comida preparada pela sogrinha – foi um dos meus passeios preferidos!

Também amei visitar o Museu de História, em Bonn (confiram o site em inglês: http://www.hdg.de/en/bonn), dar uma espiadinha na Casa de Beethoven, jantar em família num restaurante grego, andar pelas ruas charmosas e lojas tentadoras, dar uma bisbilhotada (e sonhada) na Universidade de Bonn e, claro, comer muitas coisas deliciosas.

Salsichas, pratos à base de batata, pizzas, chocolates e pães maravilhosos deixaram saudade!

Detalhe que os alemães adoram água com gás e eu acabei me acostumando com isso.

A viagem de mais ou menos 1 hora e meia, de Colônia a Mainz, numa linha de trem que beira o Rio Reno – um dos principais da Europa – o tempo todo também é deslumbrante! O rio é lindo e tem tantos castelos às suas margens, que chega a ficar cansativo exclamar: “olha lá um castelo”!

Encontrei uma galeria de fotos maravilhas do Reno neste site (o texto está em alemão, mas o que eu quero mostrar são as fotos): http://magazin.outdooractive.com/de/2010/04/16/wo-der-rhein-das-gebirge-knackt-der-mittelrhein/. Minhas fotos ficaram ruins, porque tirei de dentro do trem, porque estava chovendo e porque eu queria ver e não fotografar :p

Um dia antes de voltar ao Japão, fomos a uma festa de casamento, numa cidadezinha perto de Frankfurt, que começou às 14h e acabou depois das 3h da madrugada. A festa à moda alemã merece um post à parte!

Para os curiosos, vale a pena dar uma olhada no site do local onde a festa foi realizada: www.hofreite.de. Lindo!

Sei que uma semana na Europa é suficiente para visitar meia dúzia de países – Holanda, Bélgica, Luxemburgo e França, por exemplo, eram logo ali – mas outro motivo que me fez amar esta viagem foi poder curtir tranquilamente cada dia, cada atração.

Detesto fazer turismo às pressas!

Nesta viagem, não usamos despertador, não tínhamos hora para nada. Acordávamos calmamente – por volta das 8h –, tomávamos café da manhã calmamente, passeávamos calmamente, fazíamos compras calmamente, almoçávamos e jantávamos calmamente, do jeitinho que uma mineira-da-gema como eu adora!

Ops, já ia me esquecendo de dizer que também amei o povo alemão! Não sei como são os nativos da capital, mas fiquei encantada com a simpatia dos alemães que encontrei nas pequenas cidades por onde andei.

Faladores, bem-humorados e extrovertidos! Sempre puxavam papo no trem, no ponto de ônibus e eu tinha que avisar que não falo alemão! Haha…

Mas apesar de achar a língua mais complicada que japonês, acabei aprendendo, de tanto ouvir, algumas palavrinhas e expressões muito úteis – especialmente para conversar com a sogra! Vejam a listinha que eu fiz:

Hallo (Olá)

Guten Morgen (Bom dia)

Guten Tag (Boa tarde)

Guten Nacht (Boa noite)

Schlaf gut (Durma bem)

Du auch (Você também)

Danke/Danke schön (Obrigado/Muito obrigado)

Bitte/Bitte schön (De nada/ De nada mais formal)

Ach so? (Verdade?/ É mesmo?)

Genau (Exatamente/Isso mesmo)

Schön (Que bom/Que lindo)

Süss (Que fofo)

Das ist gut (Isso é bom)

Lecker (Gostoso)

Guten Appetit (Bom apetite)

Prost (Saúde, para brindar)

Wunderbar (Que maravilha/Maravilhoso)

Super (Que ótimo)

Perfekt! (Perfeito)

Uai, o povo alemão não é frio como uma geladeira? Eu pensava assim… Mas dizem que depende da região. Assim como no Japão, no Brasil e, provavelmente, em qualquer país.

E quando algum alemão me pergunta/perguntava o que eu achei do país, eu respondo/respondia sem titubear, e sem mentir: WUNDERBAR!