Meu Havaí

Muito verde, muita paz!

Desde que me entendo por gente, ouço falar do Havaí. Antigamente, no Brasil, era coisa de gente muito rica e chique. Ou seja, não era para mim (rs). Hoje, nem tanto. Ainda mais para quem mora no Japão!

De Tóquio, são apenas sete horas de voo. De São Paulo, a viagem dura pelo menos 20 horas, contando a parada de três horas ou mais ou até duas paradas, já que não existe voo direto.

No meio do Oceano Pacífico (*imagem emprestada do Google)

Vale lembrar que o Havaí é um estado americano, mas não fica dentro dos Estados Unidos. É uma ilha no meio do Oceano Pacífico e, para se ter uma ideia, mais perto do Japão do que de muitas cidades americanas.

De Nova Iorque, por exemplo, seriam 11 horas de voo. Mas, claro, a costa oeste não é tão longe assim. De São Francisco, Califórnia, a distância cai praticamente à metade: seis horas de voo.

Não deu pra alugar um carro? Sem problemas, o transporte público parece muito bom

Não quero dar aula de geografia – nem me atreveria! – mas outra coisa que me marcou foi a enorme diferença de fuso horário.

O Japão está a 12 horas (ou 13, no Horário de Verão brasileiro) à frente do Brasil. E a 19 horas à frente do Havaí! De-ze-no-ve horas! Confesso que eu nem sabia de diferenças tão grandes.

E foi divertido brincar com o relógio. Eu saí de Tóquio numa quinta-feira às 11h30 da noite e cheguei a Honolulu às 11h30 da manhã da mesma quinta-feira! Haha…

A tendência é pensar: “nossa, 19 horas de diferença, vai ser dureza a adaptação”. Pelo contrário, é moleza!

Vista do quarto do hotel

É muito difícil voltar 12 horas no tempo, pois temos de trocar a noite pelo dia. E readaptar o organismo. Mas voltar 19 horas é o mesmo que voltar apenas 5 horas e isso é bem mais fácil.

Não tive dificuldade para dormir, não fiquei com sono na hora errada – como todas as vezes que passo férias no Brasil –, enfim, nem notei!

Tudo indica que importa para o nosso relógio biológico apenas saber se é dia ou noite, não faz diferença ser quinta ou sexta-feira. Corrijam-me se eu estiver errada, por favor :p

Limosines e lojas a rodo

A volta também é engraçada. Se na ida o voo dura sete horas, de Honolulu para Tóquio – mesma rota, mesma distância, mesma companhia aérea – são nove horas! Seria culpa do vento?

E se saí quinta à noite daqui e cheguei quinta de manhã lá, saí de lá segunda-feira na hora do almoço e cheguei à tarde de terça-feira aqui!

"Guarda-prancha", numa terra de surfistas não podia faltar

O melhor de tudo foi fugir do outono gelado do Japão e curtir a temperatura entre 27 e 29 graus em Honolulu e Waikiki. Meu Deus, que clima delicioso! E a água do mar? Morninha, como a das praias do Nordeste do Brasil (^o^)/

Choveu quase todo dia e a chuva me fez rir: ela vem e vai, mas não dura cinco minutos, não é forte e nem gelada. A danada não serve nem para aumentar a venda de guarda-chuva e, na maioria das vezes, nem correr para debaixo de uma marquise vale a pena.

Ver o pôr-do-sol: sagrado

 

VAMOS AO QUE INTERESSA: PRAIA!

Eu tinha ideia de que o litoral havaiano não era tão maravilhoso e paradisíaco como o da Austrália ou o da Tailândia, por exemplo. Mas não sabia muito o que esperar. Pois é, nunca me interessei e nunca havia pesquisado a respeito @_@

Então, quando cheguei à praia de Waikiki – a mais famosa – senti um misto de emoção e decepção. Achei a praia muito pequena (depois vi que era maior, eu é que estava em apenas um pedaço rs), achei a areia feia e não gostei de ver que tem aquela descidinha para chegar à água.

Meu primeiro encontro com a praia de Waikiki

Foi mais ou menos como o dia em que conheci a praia de Copacabana! Em Copa, não tive tempo de tirar a má impressão e quando voltei ao Rio, nem quis saber de lá. Me identifiquei mais com Ipanema e com o Corcovado.

Felizmente, apesar do pouco tempo, pude entender e ser fisgada pelo encanto de Waikiki. A água do mar é deslumbrante, são vários tons de azul e verde que nos deixam de queixo caído!

A areia não é linda, mas o mar...

Que cor é essa!

Ondas nem fortes demais, nem fortes de menos. Do jeito que eu gosto! Água morna, como eu já contei, e ainda transparente. Como é que vamos nos preocupar com a cor da areia nadando nessa delícia?

 

E O PÔR-DO-SOL?

Eu diria que o mais belo nascer do sol da minha vida eu vi do topo do Monte Fuji, a 3.776 metros de altitude, e o mais belo pôr-do-sol eu vi da janela do quarto, da varanda do restaurante, de qualquer lugar de Waikiki. Era sagrado: todo final de tarde, lá estava eu atenta e ansiosa para assistir à mais um espetáculo da natureza!

Ao vivo é mil vezes mais lindo e emocionante

Waikiki também conquista pela infra-estrutura de primeiro mundo. Ou melhor, de cidade grande de primeiro mundo. Tem coisa mais prática do que unir belezas naturais e serviços de qualidade?

Os consumistas de plantão precisam levar uma mala extra e um cartão de crédito dos bons. São lojas e mais lojas, das mais variadas marcas, redes, tipos e para todos os bolsos – especialmente para os mais cheios de dólares.

Loja do gosto das brasileiras

Me apaixonei por uma bota UGG de 350 dólares (pensando no inverno no Japão, claro), mas comprei foi um chinelinho de 13 dólares.

Sou pão-dura confessa mas acabei comprando biquíni, lingerie – morando no Japão, é quase impossível resistir a uma loja da Victoria Secret’s – bolsa de praia, saída de praia, chapéu de praia, toalha de praia…

E um vestido de verão lindo! De uma marca peruana que eu não conhecia, chamada San Lorenzo, e que vende biquínis com corte brasileiro, em outras palavras, bem mais cavados dos que os modelos americanos, japoneses, europeus…

 

COMES E BEBES

Batendo papo com a motorista do táxi que me levou do aeroporto ao hotel, obviamente perguntei da comida local. E mais: a famosa pizza havaiana existe aqui? Ela deu risada e disse que nunca ouviu falar nessa tal pizza com presunto e abacaxi. “Deve ser boa”, completou!

Contei que é uma das minhas preferidas, que é comum no Brasil, no Japão e existe nos Estados Unidos também. Mas a moça simpática e alegre, nascida e crescida no Havaí, disse que o que tem lá é muito abacaxi. E caso eu quisesse visitar uma plantação, era só ligar e agendar (e pagar, obviamente).

Camarão empanado com coco ralado

Deu vontade de fazer este passeio. Ainda mais pensando em experimentar o abacaxi fresquinho, que deve ser delicioso. Amo! Mas não tive tempo desta vez…

Voltando aos comes e bebes locais, experimentei poucos mas deliciosos pratos: kalua pig, que é à base de carne de porco defumada, e o chamado ahi poke, uma espécie de salada de atum cru. Super recomendo!

Também comi, pela primeira vez, camarão empanado com coco ralado e molho agridoce. Um sabor bem diferente pra mim. Achei gostoso – afinal, amo camarão de qualquer jeito (exceto cru) –, mas eu diria que é um pouco enjoativo. Não dá pra comer muito, nem sempre.

Água de coco pra inglês ver

Lembrando mais uma vez que Havaí é parte dos Estados Unidos, tive a impressão de que o que faz mais sucesso, na verdade, são as redes que vendem hambúrgueres e cia, pizza, comida chinesa, carne… Do jeito que americano (e brasileiro também) gosta! Pelo menos ali, no miolo de Waikiki.

Mimo do hotel

Mas eu me apaixonei foi por uma guloseima local: os biscoitinhos da marca Honolulu Cookies! Meu Deus! Melhor presente que o hotel poderia me oferecer. Eles devem conquistar muito clientes com este mimo!

Mais até que com o colar havaiano que nos entregam na chegada. Todo mundo (se não me engano, em todo hotel) ganha o tal colar, muito legal isso! Dizem que é o jeito do povo havaiano dar boas-vindas.

No quesito bebida, eu diria que tem bar e cerveja para todos os gostos. E quem prefere coquetéis, como eu, certamente vai se apaixonar pelo Mai Tai. Uma bebida tropical, à base de rum, com licor de Curaçao, limão, abacaxi, menta e outros segredinhos.

Mai Tai não pode faltar

Mas não espere água de coco, como temos no Brasil. Até tem, porém enlatada ou engarrafada. Como as daqui do Japão. Nem acredito que cometi o erro de experimentar uma. Cu-ru-zes!

 

PASSEIO DE SUBMARINO

Imagino que seja uma delícia surfar, fazer snorkel e mergulhar no Havaí, mas eu fiz foi um passeio de submarino! Uma experiência inesquecível!

Indo passear de submarino. Descabelada, mas feliz (rs)

O passeio começa na praia, entramos num barco grande e partimos em direção ao alto mar. Lá o submarino nos espera. Descemos 40 metros de profundidade. O legal é ver um navio naufragado, peixinhos variados, tartarugas marinhas, arraias e, ainda, recifes artificias que ajudam no desenvolvimento da vida marinha local.

Dentro do submarino

Olha o pexinho!

Detalhe: a areia em frente ao hotel Hale Koa, e onde o barco fica ancorado é branquinha! Deixa a praia muito mais linda mas, adivinhem? É artificial! Se entendi direito foi colocada lá por conta do hotel, que queria embelezar o pedaço! Haha…

Areia mais bonita em frente ao hotel Hale Koa, e de onde sai o barco para o passeio de submarino

 

JAPONESES EM TODO LUGAR

Point de noivos

Mais um casal japonês

E assim como em Guam, outra ilha linda no Pacífico que pertence aos Estados Unidos (escrevi sobre ela neste link aqui), tem japonês pra todo lado! Aliás, no Havaí parece ter muito mais!

São tantos japoneses lá, que muitos estabelecimentos comerciais e até algumas plaquinhas na rua têm informações em japonês (além de inglês, claro). Sem contar os restaurantes japoneses que vi em todo lugar. E as lojas com atendentes bilíngues.

Influência japonesa

Muitos são turistas, mas muitos outros moram lá. Eu já tinha ouvido falar que existe uma grande comunidade japonesa no Havaí, assim como existe em São Paulo. Mas confesso que fiquei impressionada!

Fui testar uma manicure/pedicure lá, e dei de cara com três funcionárias japonesas neste salão de beleza. Cheguei a bater papo em japonês com uma delas, que me contou morar lá há oito anos, por ser casada com um americano.

Muita informação em japonês

Abro um parêntese aqui para contar outra experiência nova que eu tive lá: pela primeira vez na vida, um homem fez as minhas unhas (pé/mão). Um vietnamita, crescido na Califórnia. Ele me contou que é muito comum nos Estados Unidos, eu não sabia. No Brasil, ainda temos essa bobagem de achar que manicure/pedicure é profissão apenas de mulher.

Placa bilíngue inglês/japonês, sem contar que ainda tem ilustração

Voltando aos japoneses, até as noivas e noivos que vi eram todos do Japão. Parece ser muito comum fazer casamento lá. E é legal ver as limosines brancas, levando e trazendo as mocinhas de branco. E os casaizinhos felizes sendo fotografados e filmados sem a menor timidez em pleno calçadão ou na entrada dos hotéis.

Colar de boas-vindas; ganhei um no hotel e vi à venda no aeroporto

Para mim, foram apenas três dias e meio. E “apenas” Waikiki. Mas algo me diz que ainda voltarei. E espero explorar melhor as demais belezas do Havaí. São muitas, eu conheci só um pedacinho. Um pedacinho apaixonante!

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8 respostas a Meu Havaí

  1. Marcus Vinicius Leite disse:

    Bom dia Karina. Eu lia seu Blog em 2012, amava ele, lembro que li literalmente todos os posts desde o inicio (mesmo não lembrando de muita coisa agora xD). Não lembro o porque de ter parado de acompanha-lo. Estava assistindo o vlog do Márcio (crazyjapantv), até que reparei no nome do vlog dele : “Meu Japão é assim”, pensei : Esse nome me lembra alguma coisa…Até que, depois de um tempo revirando minha memória, lembrei do que ele me lembrava hehe. Fiquei muito feliz em ver que o seu Blog ainda existe, irei ler tudo, de 2012 pra cá, para saber as boas novas.
    Espero que leia o comentário.
    Abçs

  2. Ernesto disse:

    Interessante para quem gosta de lugares tropicais… mas o que mais me chamou a atenção foram 3 coisas:
    1. A diferencia de horario a comparação com o Japão. É como brincar com a máquina do tempo.
    2. O vestido de verão de uma marca peruana que você não conhecia (eu tambem nao, mas eu sou peruano)
    3. A areia artificial (achava que isso é só coisa do Japão) e o passeio submarino… deve ser legal mesmo!

    • Oi Ernesto!

      Eu ia mesmo perguntar se essa marca é famosa no Peru. Eu fiquei apaixonada com todas as roupas de lá, queria comprar tudo. Pena que é tudo caro kkkk

      Não coloquei foto do vestido né. O dia que eu usar, eu tiro foto e posto no Facebook :p

      Areia: eu não pesquisei, apenas ouvi falar, mas acho que é isso mesmo. Eles jogaram areia mais bonita por cima da areia feia. Eu percebi que somente em frente a esse hotel a areia é clara! Então deve ser verdade! Haha…

  3. Romario disse:

    Você tem certeza que entendeu direito o inglês da manicurista?

    Ter manicurista homem é raro nos EUA também. O que é comum é ter manicurista vietnamita. Elas compõem mais da 50% de todas as manicuristas/pedicuristas nos EUA.

    Quem assistiu a série Breaking Bad ou Better Call Saul viu o advogado morando no quartinho do fundo de um salão cheio de manicuristas vietnamitas.

    • Olá Romário! Entendi direitinho o que o rapaz, que á da Califórnia, falou. E uma amiga me contou que na Flórida também é bastante comum. Mas talvez você tenha razão, pode não ser comum no país inteiro. Apenas na Califórnia e na Flórida né ;)

  4. Fernando Uchiyama disse:

    Não acredito que lí esse post quilométrico inteiro! rsrs Brincadeira, muito legal Karina, faça-me o favor de continuar viajando e postando mais coisas para nós meros mortais.

  5. Caruso disse:

    Muito maneiros os detalhes como do fuso, do mar, dos japoneses. Pareceu ser um lugar lindo para passar alguns dias, mas acho que me cansaria desse clima aloha depois de 2 semanas. Ah! Obrigado pela homenagem ao Rio…mas depois de ter sido assaltado ontem no Rio, não estou muito bem para falar da minha cidade. Hoje estou preferindo até morar no Havaí! beijos.

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