Tampa de bueiro japonesa é decorada, personalizada e ainda nos ensina cultura e história

Uma das fotos de maior sucesso publicadas na página do Meu Japão no Facebook é de uma tampa de bueiro de Fuchu, Tóquio (foto abaixo). Eu a fotografei quando estava voltando de um evento na Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio, no dia 1 de outubro deste ano (2016).

Não resisti ao charme daquela tampa decorada com sakura (flor de cerejeira), coloquei meus pézinhos com unhas vermelhas lá e fiz o “click” que teve, até agora, 7.100 curtidas/reações, 786 compartilhamentos e 160 comentários!

Para acompanhar a foto, eu escrevi: “Quem resiste às belas tampas de bueiros do Japão? Além de fofas, elas são personalizadas! Cada bairro/cidade tem a sua”.

Parece que os fãs do blog e do Japão ficaram encantados com tamanha fofura! Mas o que eu não contei e muita gente não sabe é que mais do que beleza e charme, muitas tampas de bueiro japonesas carregam cultura e história. É o caso dessa de Yokosuka, onde moro, que estampa a figura do comodoro Perry (foto no topo da página).

“Matthew Calbraith Perry (Newport, 10 de abril de 1794 — Nova Iorque, 4 de março de 1858) foi o Comodoro da Marinha dos EUA que impulsionou a abertura do Japão ao Ocidente com o Tratado de Kanagawa em 1854″, explica a Wikipédia.

Diz a História que ele desembarcou em Yokosuka (na época chamada Kurihama) no dia 14 de julho de 1853. Tempos do famoso xogum Ieyasu Tokugawa.

Depois de ler sobre isso, entendi porque tem até um parque por aqui chamado Perry e, ainda, um memorial para o renomado almirante da Marinha dos Estados Unidos. Fora as incontáveis tampas de bueiro com o rosto dele, espalhadas pela cidade.

Portanto, queridos leitores, fiquem atentos aos bueiros aqui no Japão! São lindos e ainda nos ensinam sobre a cultura e/ou a história local!

A propósito: a cidade de Yokosuka fica na província (estado) de Kanagawa, a 30 minutos de Yokohama. É famosa pela grande presença de americanos, graças à Base da Marinha dos EUA que existe lá. Oops, aqui :D

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Meu Havaí

Muito verde, muita paz!

Desde que me entendo por gente, ouço falar do Havaí. Antigamente, no Brasil, era coisa de gente muito rica e chique. Ou seja, não era para mim (rs). Hoje, nem tanto. Ainda mais para quem mora no Japão!

De Tóquio, são apenas sete horas de voo. De São Paulo, a viagem dura pelo menos 20 horas, contando a parada de três horas ou mais ou até duas paradas, já que não existe voo direto.

No meio do Oceano Pacífico (*imagem emprestada do Google)

Vale lembrar que o Havaí é um estado americano, mas não fica dentro dos Estados Unidos. É uma ilha no meio do Oceano Pacífico e, para se ter uma ideia, mais perto do Japão do que de muitas cidades americanas.

De Nova Iorque, por exemplo, seriam 11 horas de voo. Mas, claro, a costa oeste não é tão longe assim. De São Francisco, Califórnia, a distância cai praticamente à metade: seis horas de voo.

Não deu pra alugar um carro? Sem problemas, o transporte público parece muito bom

Não quero dar aula de geografia – nem me atreveria! – mas outra coisa que me marcou foi a enorme diferença de fuso horário.

O Japão está a 12 horas (ou 13, no Horário de Verão brasileiro) à frente do Brasil. E a 19 horas à frente do Havaí! De-ze-no-ve horas! Confesso que eu nem sabia de diferenças tão grandes.

E foi divertido brincar com o relógio. Eu saí de Tóquio numa quinta-feira às 11h30 da noite e cheguei a Honolulu às 11h30 da manhã da mesma quinta-feira! Haha…

A tendência é pensar: “nossa, 19 horas de diferença, vai ser dureza a adaptação”. Pelo contrário, é moleza!

Vista do quarto do hotel

É muito difícil voltar 12 horas no tempo, pois temos de trocar a noite pelo dia. E readaptar o organismo. Mas voltar 19 horas é o mesmo que voltar apenas 5 horas e isso é bem mais fácil.

Não tive dificuldade para dormir, não fiquei com sono na hora errada – como todas as vezes que passo férias no Brasil –, enfim, nem notei!

Tudo indica que importa para o nosso relógio biológico apenas saber se é dia ou noite, não faz diferença ser quinta ou sexta-feira. Corrijam-me se eu estiver errada, por favor :p

Limosines e lojas a rodo

A volta também é engraçada. Se na ida o voo dura sete horas, de Honolulu para Tóquio – mesma rota, mesma distância, mesma companhia aérea – são nove horas! Seria culpa do vento?

E se saí quinta à noite daqui e cheguei quinta de manhã lá, saí de lá segunda-feira na hora do almoço e cheguei à tarde de terça-feira aqui!

"Guarda-prancha", numa terra de surfistas não podia faltar

O melhor de tudo foi fugir do outono gelado do Japão e curtir a temperatura entre 27 e 29 graus em Honolulu e Waikiki. Meu Deus, que clima delicioso! E a água do mar? Morninha, como a das praias do Nordeste do Brasil (^o^)/

Choveu quase todo dia e a chuva me fez rir: ela vem e vai, mas não dura cinco minutos, não é forte e nem gelada. A danada não serve nem para aumentar a venda de guarda-chuva e, na maioria das vezes, nem correr para debaixo de uma marquise vale a pena.

Ver o pôr-do-sol: sagrado

 

VAMOS AO QUE INTERESSA: PRAIA!

Eu tinha ideia de que o litoral havaiano não era tão maravilhoso e paradisíaco como o da Austrália ou o da Tailândia, por exemplo. Mas não sabia muito o que esperar. Pois é, nunca me interessei e nunca havia pesquisado a respeito @_@

Então, quando cheguei à praia de Waikiki – a mais famosa – senti um misto de emoção e decepção. Achei a praia muito pequena (depois vi que era maior, eu é que estava em apenas um pedaço rs), achei a areia feia e não gostei de ver que tem aquela descidinha para chegar à água.

Meu primeiro encontro com a praia de Waikiki

Foi mais ou menos como o dia em que conheci a praia de Copacabana! Em Copa, não tive tempo de tirar a má impressão e quando voltei ao Rio, nem quis saber de lá. Me identifiquei mais com Ipanema e com o Corcovado.

Felizmente, apesar do pouco tempo, pude entender e ser fisgada pelo encanto de Waikiki. A água do mar é deslumbrante, são vários tons de azul e verde que nos deixam de queixo caído!

A areia não é linda, mas o mar...

Que cor é essa!

Ondas nem fortes demais, nem fortes de menos. Do jeito que eu gosto! Água morna, como eu já contei, e ainda transparente. Como é que vamos nos preocupar com a cor da areia nadando nessa delícia?

 

E O PÔR-DO-SOL?

Eu diria que o mais belo nascer do sol da minha vida eu vi do topo do Monte Fuji, a 3.776 metros de altitude, e o mais belo pôr-do-sol eu vi da janela do quarto, da varanda do restaurante, de qualquer lugar de Waikiki. Era sagrado: todo final de tarde, lá estava eu atenta e ansiosa para assistir à mais um espetáculo da natureza!

Ao vivo é mil vezes mais lindo e emocionante

Waikiki também conquista pela infra-estrutura de primeiro mundo. Ou melhor, de cidade grande de primeiro mundo. Tem coisa mais prática do que unir belezas naturais e serviços de qualidade?

Os consumistas de plantão precisam levar uma mala extra e um cartão de crédito dos bons. São lojas e mais lojas, das mais variadas marcas, redes, tipos e para todos os bolsos – especialmente para os mais cheios de dólares.

Loja do gosto das brasileiras

Me apaixonei por uma bota UGG de 350 dólares (pensando no inverno no Japão, claro), mas comprei foi um chinelinho de 13 dólares.

Sou pão-dura confessa mas acabei comprando biquíni, lingerie – morando no Japão, é quase impossível resistir a uma loja da Victoria Secret’s – bolsa de praia, saída de praia, chapéu de praia, toalha de praia…

E um vestido de verão lindo! De uma marca peruana que eu não conhecia, chamada San Lorenzo, e que vende biquínis com corte brasileiro, em outras palavras, bem mais cavados dos que os modelos americanos, japoneses, europeus…

 

COMES E BEBES

Batendo papo com a motorista do táxi que me levou do aeroporto ao hotel, obviamente perguntei da comida local. E mais: a famosa pizza havaiana existe aqui? Ela deu risada e disse que nunca ouviu falar nessa tal pizza com presunto e abacaxi. “Deve ser boa”, completou!

Contei que é uma das minhas preferidas, que é comum no Brasil, no Japão e existe nos Estados Unidos também. Mas a moça simpática e alegre, nascida e crescida no Havaí, disse que o que tem lá é muito abacaxi. E caso eu quisesse visitar uma plantação, era só ligar e agendar (e pagar, obviamente).

Camarão empanado com coco ralado

Deu vontade de fazer este passeio. Ainda mais pensando em experimentar o abacaxi fresquinho, que deve ser delicioso. Amo! Mas não tive tempo desta vez…

Voltando aos comes e bebes locais, experimentei poucos mas deliciosos pratos: kalua pig, que é à base de carne de porco defumada, e o chamado ahi poke, uma espécie de salada de atum cru. Super recomendo!

Também comi, pela primeira vez, camarão empanado com coco ralado e molho agridoce. Um sabor bem diferente pra mim. Achei gostoso – afinal, amo camarão de qualquer jeito (exceto cru) –, mas eu diria que é um pouco enjoativo. Não dá pra comer muito, nem sempre.

Água de coco pra inglês ver

Lembrando mais uma vez que Havaí é parte dos Estados Unidos, tive a impressão de que o que faz mais sucesso, na verdade, são as redes que vendem hambúrgueres e cia, pizza, comida chinesa, carne… Do jeito que americano (e brasileiro também) gosta! Pelo menos ali, no miolo de Waikiki.

Mimo do hotel

Mas eu me apaixonei foi por uma guloseima local: os biscoitinhos da marca Honolulu Cookies! Meu Deus! Melhor presente que o hotel poderia me oferecer. Eles devem conquistar muito clientes com este mimo!

Mais até que com o colar havaiano que nos entregam na chegada. Todo mundo (se não me engano, em todo hotel) ganha o tal colar, muito legal isso! Dizem que é o jeito do povo havaiano dar boas-vindas.

No quesito bebida, eu diria que tem bar e cerveja para todos os gostos. E quem prefere coquetéis, como eu, certamente vai se apaixonar pelo Mai Tai. Uma bebida tropical, à base de rum, com licor de Curaçao, limão, abacaxi, menta e outros segredinhos.

Mai Tai não pode faltar

Mas não espere água de coco, como temos no Brasil. Até tem, porém enlatada ou engarrafada. Como as daqui do Japão. Nem acredito que cometi o erro de experimentar uma. Cu-ru-zes!

 

PASSEIO DE SUBMARINO

Imagino que seja uma delícia surfar, fazer snorkel e mergulhar no Havaí, mas eu fiz foi um passeio de submarino! Uma experiência inesquecível!

Indo passear de submarino. Descabelada, mas feliz (rs)

O passeio começa na praia, entramos num barco grande e partimos em direção ao alto mar. Lá o submarino nos espera. Descemos 40 metros de profundidade. O legal é ver um navio naufragado, peixinhos variados, tartarugas marinhas, arraias e, ainda, recifes artificias que ajudam no desenvolvimento da vida marinha local.

Dentro do submarino

Olha o pexinho!

Detalhe: a areia em frente ao hotel Hale Koa, e onde o barco fica ancorado é branquinha! Deixa a praia muito mais linda mas, adivinhem? É artificial! Se entendi direito foi colocada lá por conta do hotel, que queria embelezar o pedaço! Haha…

Areia mais bonita em frente ao hotel Hale Koa, e de onde sai o barco para o passeio de submarino

 

JAPONESES EM TODO LUGAR

Point de noivos

Mais um casal japonês

E assim como em Guam, outra ilha linda no Pacífico que pertence aos Estados Unidos (escrevi sobre ela neste link aqui), tem japonês pra todo lado! Aliás, no Havaí parece ter muito mais!

São tantos japoneses lá, que muitos estabelecimentos comerciais e até algumas plaquinhas na rua têm informações em japonês (além de inglês, claro). Sem contar os restaurantes japoneses que vi em todo lugar. E as lojas com atendentes bilíngues.

Influência japonesa

Muitos são turistas, mas muitos outros moram lá. Eu já tinha ouvido falar que existe uma grande comunidade japonesa no Havaí, assim como existe em São Paulo. Mas confesso que fiquei impressionada!

Fui testar uma manicure/pedicure lá, e dei de cara com três funcionárias japonesas neste salão de beleza. Cheguei a bater papo em japonês com uma delas, que me contou morar lá há oito anos, por ser casada com um americano.

Muita informação em japonês

Abro um parêntese aqui para contar outra experiência nova que eu tive lá: pela primeira vez na vida, um homem fez as minhas unhas (pé/mão). Um vietnamita, crescido na Califórnia. Ele me contou que é muito comum nos Estados Unidos, eu não sabia. No Brasil, ainda temos essa bobagem de achar que manicure/pedicure é profissão apenas de mulher.

Placa bilíngue inglês/japonês, sem contar que ainda tem ilustração

Voltando aos japoneses, até as noivas e noivos que vi eram todos do Japão. Parece ser muito comum fazer casamento lá. E é legal ver as limosines brancas, levando e trazendo as mocinhas de branco. E os casaizinhos felizes sendo fotografados e filmados sem a menor timidez em pleno calçadão ou na entrada dos hotéis.

Colar de boas-vindas; ganhei um no hotel e vi à venda no aeroporto

Para mim, foram apenas três dias e meio. E “apenas” Waikiki. Mas algo me diz que ainda voltarei. E espero explorar melhor as demais belezas do Havaí. São muitas, eu conheci só um pedacinho. Um pedacinho apaixonante!

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Minha Hong Kong: deu vontade de morar lá!

Nessas condições Hong Kong já é linda, imagina sem este vidro, à noite, ou num dia ensolarado!

(post editado algumas horinhas depois; marquei de vermelho o texto que acrescentei)

Hong Kong me lembrou o Rio de Janeiro. Estaria eu ficando louca? Logo na chegada, ao ver pela janela do avião aquela bela paisagem com montanhas e mar, o arquipélado – que pertence à república da China mas ao mesmo tempo é independente – me fez sentir no Ocidente, mais especificamente no nosso querido Brasil.

Não é apenas do alto, nem de um lado só! Esta paisagem é linda de todos os ângulos!

Eu também enxerguei um pouquinho de Brasil na Tailândia e nas Filipinas – e na Austrália como todo mundo, claro – então, talvez o “problema” seja o Japão. Não é à toa que digo que o Japão é outro planeta, e não apenas outro país.

Reparem nas placas: "Rio" e "amigo"! Seria para nós? :p

Em terras nipônicas, tudo é diferente. Beeem diferente, muitas vezes, simplesmente o oposto! A arquitetura, os costumes – especialmente, o “excesso” de educação –, a comida, a limpeza das ruas, o clima, as paisagens naturais, tudo!

Sem contar que a maioria dos japoneses não fala inglês – que não é a nossa língua, mas, sem dúvida, é muito mais acessível que japonês ou chinês – e nem todo lugar é cheio de rostos ocidentais.

Catedral de São João lembra a influência inglesa e os tempos em que Hong Kong pertenceu à Inglaterra

Em Hong Kong, o cliente é atendido em inglês e vemos gringos a doidado! A cidade – na verdade, o arquipélago inteiro – não poderia ter um slogan mais adequado: “Asia’s World City”, em tradução livre, algo como “A Cidade Mundial/Internacional da Ásia”.

Caminho entre a "Calçada da Fama" e o ferry-boat, que gostoso andar ali!

Foram apenas 3 dias em Hong Kong – e mais de dez anos no Japão – então, perdoem-me se as minhas primeiras impressões não condizem com a realidade. Conheci a terra do Bruce Lee superficialmente e, quem diria, deu vontade de morar lá! É como se sentir em casa, mesmo estando na China!

Parêntese: eu também amei, por exemplo, a Tailândia e as Filipinas, mas só me vejo como turista lá!

Vista do quarto, que fica no 22 andar; ô vida "dura" meu Deus! Haha...

Depois da bela paisagem, o clima me conquistou! Gosto de cidades quentes e uma das coisas que tem me cansado no Japão é o inverno “eterno”! Passamos quase o ano todo com calças, meias e jaqueta – fora os meses em que ficamos completamente encapotados.

Hong Kong me recebeu com 29 graus, em plena primavera! E o melhor, a diferença entre a temperatura máxima e a mínima é bem pequena. E mais: tem aquela brisa agradável! Que maravilha! Só deu medo de encarar o verão lá. Quarenta graus não deve ser tão legal @_@

No aeroporto, prestes a pegar o metrô rumo ao hotel: 29 graus (^o^)/

Comparando mais uma vez com o Japão, hoje, em Kawasaki, a minha cidade, os termômetros estão marcando máxima de 24 graus, mínima de 10! E Hong Kong continua com média de 30 graus.

E por falar em bela paisagem, mais do que montanha e mar, Hong Kong tem muita área verde misturada aos modernos e luxuosos arranha-céus. Talvez por isso eu tenha pensado: cadê aquela China peculiar (pra não dizer bagunçada e super exótica) que a gente via nos filmes de kung-fu?

Vi muita área verde por onde andei em Hong Kong. Que maravilha!

Graças ao clima, suponho, as árvores também são muito parecidas com as nossas – no Japão, não! Vi até buganvília (ou flor primavera, segundo amigos paulistas) nas pracinhas do bairro.

Buganvília e palmeira!

E o povo correndo no calçadão (não da praia, mas da baía)? Me lembrou o Rio, novamente!

Passeando a pé, de barco, de ônibus (apenas o do hotel, na verdade rs), metrô e táxi, tive certeza: somos muito parecidos com os chineses!

Ou apenas muito diferentes dos japoneses? Haha…

"Boas maneiras": o mocinho simplesmente ignorou a placa ao lado, pedindo para devolvermos a bandeja ao terminarmos de comer

Os motoristas buzinam, fream e arrancam sem a menor delicadeza, fazem curvas em alta velocidade e ainda tiram “fininho” de muros e outros veículos a todo momento. Que aventura!

Andaimes (de bambu!) e caçambas nas ruas me lembraram o Brasil

Os pedestres? Ora, eles atravessam a rua quando dá e não apenas quando o sinal está aberto, uai!

Faltou comentar: nunca vi tanta farmácia por metro quadrado! De produtos naturais e suplementos!

Os vendedores? Saboreiam um super miojo, ali mesmo no balcão da loja, enquanto a gente compra. Os mocinhos da imigração no aeroporto e as mocinhas dos caixas no supermercado? Continuam batendo papo com o colega ao lado, enquanto nos recebem – só sabemos que não estão falando com a gente, porque entre eles é em chinês.

A China que eu via nos filmes era mais ou menos assim

Tudo isso é muito diferente do Japão e, ao mesmo tempo, me lembra o Brasil! Adoro a organização japonesa, é muito fácil morar aqui exatamente por isso: tudo funciona muito bem, o país é limpo e seguro. Mas achei a China, ou pelo menos Hong Kong, mais viva, mais alegre, mais calorosa!

As semelhanças – pelo menos na minha cabeça, eu sei (rs) – não param por aí: assim como no Brasil e ao contrário do Japão, é muito fácil identificar as classes sociais lá.

Lojas de grife pra todo lado

Comércio popular, nos becos entre os prédios de luxo

Nas ruas, vi carrões como Porshe, Mercedes e Ferrari, mas também táxis velhos e mal conservados, um ou outro mendigo, gente bem vestida, gente simples, enfim, aquela mistura típica de países como o Brasil.

Um dos carrões que vi por lá

Tem mais: as pessoas falam alto, chamam o colega ou amigo que está a metros de distância! Super normal para nós, brasileiros, certo? Mas super raro no Japão!

Para me sentir mais na China dos filmes, bastou andar pelas ruas de trás dos prédios chiques! Amei, mas tenho dúvidas se eu daria conta de viver num mundo totalmente chinês. Para mim, o mundo japonês é menos difícil (rs).

Por trás do prédios modernos e chiques

Tive a impressão de que Hong Kong é encantadora e acolhedora por nos permitir estar na China, sem falar chinês e/ou “virar chineses”, mesmo fora dos guetos – onde muitos estrangeiros acabam se isolando aqui no Japão e, provavelmente, no restante da China.

A Hong Kong verde, bonita e moderna

O honconguês (esta palavra está nos dicionários informais pelo menos) se adaptou ao mundo, e não o mundo a eles. Confere, produção? :p

PASSEIOS TURÍSTICOS, BRUCE LEE E COMIDA TÍPICA

Sou daquelas turistas que foge de pontos turísticos! Eu explico: sempre que viajo tento enxergar a cidade/país que não está nos guias e sentir, nem que seja só um pouquinho, como é a vida de quem mora ali!

Amei essa pracinha perto do hotel!

Um dos meus programas preferidos, acreditem, é ir ao supermercado! Não para comprar, apenas para ver o que tem! Também adoro puxar papo com motoristas de táxi e me arrependi de não ter feito isso desta vez.

Supermercados: tudo bilíngue (chinês/inglês)! E produtos de diversos países. Vi muita coisa do Japão e da Coreia, mas também da Europa e dos Estados Unidos

Culpa dos ideogramas que me deixaram simplesmente eu-fó-ri-ca! Eu não tirava os olhos da janela, tentando ler tudo!

De chinês, sei apenas ni-hao (olá) e xiè-xiè (obrigado/a), mas os meus conhecimentos de japonês me deram a alegria de entender pelo menos a palavra-chave de diversas placas!

Fiquei encantada com os ideogramas e impressionada com a quantidade de obra em andamento!

A língua falada é completamente diferente – não dá pra entender nadica de nada –, mas a escrita japonesa vem da chinesa e muitos ideogramas são iguais. Nem sempre com o mesmo significado, mas muitas vezes sim! Amei (^o^)/

Alguém aí sabe a pronúncia correta do nome desta estação? E Tsim Sha Tsui?

Entendi! Entendi! Entendi!”, comemorava eu a cada “enigma” decifrado! Haha…

Voltei pra casa até com vontade de estudar mais os danadinhos chamados kanji para entender melhor na próxima vez que eu visitar a China!

Fiquei eufórica com os ideogramas! Haha...

Duro era falar o nome dos lugares e das coisas. Nesse ponto, parece a Alemanha! Quando fui a Munique, eu não conseguia falar “bolo floresta negra” em alemão, tive que mostrar minha anotação no caderninho. Em Hong Kong, não conseguíamos falar o nome do bairro em que estava o nosso hotel: Tsim Sha Tsui.

E anotem aí: inglês é a segunda língua oficial e, em geral, as pessoas falam inglês sim, mas há exceções! Foi uma aventura, por exemplo, pegar um táxi com um motorista que não nos entendia, muito menos nós o entendíamos. No final, deu tudo certo, apenas ficamos surpresos!

Aliás, pegamos este táxi quando fomos ao famoso The Peak. Pois é, evito ser turista o tempo todo, mas, claro, gosto de ver o melhor da cidade também! Uma delícia de passeio!

O bondinho e a noiva, no complexo "The Peak"

Para chegar ao ponto mais alto de Hong Kong, o ideal é pegar o bondinho, bem parecido com aquele do Corcovado, no Rio de Janeiro. Tentamos, mas optamos pelo táxi ao deparamos com uma fila e um aviso: tempo de espera, 2 horas!

E assim como no Brasil, os taxistas assediam os turistas e usam o “jeitinho chinês” para ganhar mais, em menos tempo. Só nos levam ao tal do “The Peak” sem ligar o taxímetro e, obviamente, cobram mais do que o dobro do preço real.

Pra falar a verdade, eu acho até justo pela praticidade e conforto, não acham?

"Jeitinho chinês": duas horas de espera pelo bondinho ou uma corrida de táxi sem taxímetro

No topo do arquipélago, mais do que a vista incrível, tem um monte de lojas e restaurantes. E ainda o museu que todo mundo adora: Madame Tussauds, aquele com estátuas de cera das celebridades.

Preferimos ficar num restaurante tomando um drinque e apreciando a beleza de Hong Kong. A cidade tem um dos skylines – ou aquelas “linhas do horizonte” desenhadas pelos prédios – mais famosos do mundo.

Quem me dera fotografar assim; o jeito foi tirar foto do cartão postal que enviei ao meu pai

Eu até iria ao Madame Tussads para ver o Bruce Lee.

Sou fã, assisti a todos os filmes dele e fiquei chateada ao descobrir que ele está longe de ser um símbolo de Hong Kong. Eu jurava que encontraria cartazes e suvenires por todo lado idolatrando o rei do kung-fu.

Eu, feliz da vida apesar de péssima na foto como sempre (rs), e ELE <3

Pois foi triste saber que o Batman, o Darth Vader ou o Gundam (robô/super-herói japonês) fazem muito mais sucesso por lá :(

E quando eu perguntei uma mocinha na loja, ela disse: quem? Eu: Bruce Lee. Ela: repete, por favor? Eu repeti duas, três vezes até ela pedir pra eu escrever no papel (rs). Ela consultou a colega, e as duas: ah, o Lee Su Long! Então, foi a minha vez de pedir pra ela repetir e anotar num papelzinho pra mim!

Pelo menos tem uma estátua do Bruce Lee na Avenida das Estrelas, uma imitação da Calçada da Fama de Hollywood. Ufa! E, claro, fomos lá prestigiá-la! Que emoção!

Por sorte, fica no caminho do hotel em que estávamos até o píer onde pegamos o ferry-boat para atravessar a baía, rumo ao The Peak.

Por ser um restaurante japonês, bateu a dúvida: será que está escrito em japonês?? Só sei que amei saber ler! Haha...

A comida! Já ia me esquecendo: deixei para experimentar um prato típico no último minuto do segundo tempo! E se a ideia é economizar, não sigam o meu exemplo. Obviamente a comida local é muito mais barata! Muito!

Paguei apenas 50 dólares de Hong Kong (cerca de 20 reais) pela refeição da foto um pouco mais abaixo (com suco). Nos restaurantes ocidentais que fui/vi seria pelo menos o dobro ou o triplo.

 

Restaurante de comida típica, dentro do aeroporto


No aeroporto, voltando pra Tóquio, escolhi o restaurante mais chinês do pedaço (rs). Eu era o único rostinho ocidental no meio de dezenas de clientes se não chineses, pelo menos todos asiáticos. Pedi o famoso wonton noodles (macarrão; miojo na verdade) e encarei até uma bebida bem exótica, pra não dizer bizarra: um suco com feijão vermelho doce, coisa que os japoneses adoram e eu sempre evitei!

Prato típico: uma espécie de miojo e um suco com feijão doce

O miojo tinha gosto de miojo, não sou muito fã. Gostei do caldo e do “pastelzinho” cozido de camarão, que faz parte do prato. O suco? Hum, dei uns dois ou três golinhos e larguei. Experimentar já foi uma vitória, né!

Em tempo: brasileiro precisa de visto em Pequim, mas não em Hong Kong! E este é mais um ponto positivo, não?

De Tóquio, são apenas 4 horas/4 horas e meia de viagem.

Coisas da China tradicional: esse bicho, que eu vi em TODAS as farmácias, me intrigou mas preferi não perguntar e ficar sem saber do que se trata @_@

Preços: a moeda local é o dólar de Hong Kong. Não fiz compras, nem pesquisei devidamente os preços, mas tive a impressão que o custo de vida lá é apenas um pouco mais baixo que o de Tóquio*. Ou seja, bem diferente da Tailândia ou das Filipinas, por exemplo, onde iene vale ouro!

Mais uma plaquinha (^o^)/ E, de quebra, a caçamba na rua

*Sugiro que verifiquem com outras pessoas ou em algum guia de viagem, eu realmente não sei dizer sobre o custo de vida de Hong Kong com precisão! Aliás, estou apenas compartilhando minhas impressões como uma jornalista e blogueira de férias, não como uma repórter de turismo a trabalho ;)

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Oktober Fest, durante o ano todo!

Por coincidência, estamos em outubro e eu fui à Oktober Fest de Yokohama.

Mas o legal no Japão – ou seria o contrário? (rs) – é que tem “Oktober” Fest também em maio, junho, julho, agosto, setembro…

São várias edições, em vários locais e datas.

Nem todas são dos mesmos organizadores e se entendi bem – confesso que não investiguei direitinho –, a Oktober Fest de Yokohama é a única realizada somente em outubro.

Encontrei dois sites “oficiais”. O da Yokohama Oktober Fest que, neste ano, começou no dia 3 de outubro e terminou hoje (dia 19).

http://www.yokohama-akarenga.jp/oktoberfest2014/

E outro que tem informações das demais edições em diversos pontos de Tóquio e em outros cantos do país, como Nagasaki e Sendai.

http://www.oktober-fest.jp/

Talvez você, querido leitor, esteja se perguntando: “e desde quando a Karina gosta de cerveja?”

Pois é, não gosto de cerveja. Nem um pouquinho!

Mas adoro a Oktober Fest por causa do vinho quente, servido na botinha fofa ao estilo alemão…

…das comidinhas típicas, como pretzel, salsichas e chucrute, e do clima da festa. A gente se sente um pouquinho na Alemanha sim :)

Por outro lado, não gosto do preço. A entrada é baratinha e engana os desavisados, pois a cerveja é caríssima! Aliás, tudo custa bem acima da média cobrada nos bares do Japão.

Mesmo assim, eu super recomendo! Nem que seja por apenas uma vez.

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Guam, o paraíso fica a 3h45 de voo de Tóquio

Onde fica Guam? Perdi essa aula de Geografia”, disse a leitora-amiga Márcia Kawabe. Eu logo tentei tranquilizá-la, afinal, antes de me mudar para o Japão, nunca tinha ouvido falar dessa ilha paradisíaca!

Guam fica ao Sul das Ilhas Marianas, que fica na Micronesia, que fica no Oceano Pacífico e tudo isso fica a apenas 3 horas e 45 minutos de voo de Tóquio.

É território dos Estados Unidos, portanto, é preciso visto americano para entrar lá. Por sorte, eu tenho e não precisei me preocupar com isso.

A moeda usada lá é dólar americano e a língua oficial é inglês (e chamorro que, segundo o motorista de táxi, corre risco de extinção porque os jovens nem querem aprendê-lo mais).

Ou seja, é longe “dos States” mas é um pedacinho “dos States” sim.

Há, inclusive, muitos americanos (militares, especialmente) circulando por lá e lojas que, se não me engano, são quase (ou não tem esse quase?) exclusividade dos Estados Unidos.

Por exemplo: Macy’s e eu não me conformo de não ter fotografado a loja. Não deu! Sorry! (olha eu empolgada com o inglês! Haha…)

Tem também aqueles ônibus escolares amarelos. Isso é muito americano, não?

E soube que, aos poucos, os Estados Unidos estão tentando transferir a base militar de Okinawa – ilha no Sul do Japão – para lá. Já há uma base em Guam mas, pelo que entendi, ela se tornará maior e mais forte.

Por falar em Okinawa, eu escrevi no Facebook e repito aqui que gostei muito mais de Guam do que de Okinawa. E explico: o clima, para mim, faz toda diferença!

Média anual de 28 graus em Guam – com variação entre 26 e 30 graus. No final de semana passado, quando eu estava lá, mesmo nos momentos nublados estava quente, aquele quente do Nordeste brasileiro que eu amo (^o^)/

Já Okinawa não é fria, mas não concordo que seja quente como os japoneses dizem.

Na minha opinião, “é quente pra inglês (ou japonês) ver”, pois na Primavera (maio), por exemplo, não tive coragem de entrar na água, de tão gelada… E precisei de jaquetinha jeans em algumas situações.

Em março (final do Inverno), não senti frio como sentiria em Tóquio, claro, mas fiquei o tempo todo de roupa de Outono: casaquinho e botas de cano longo! Duvido que o “Inverno” de Guam seja assim :p

Ou seja, tudo indica que Okinawa só é quente pra valer, quente-quente, no verão! E que Guam é quente pra valer, quente-quente, o ano inteiro!

Mas chega de comparar! Okinawa também é belíssima e é a Fernando de Noronha japonesa. Espero, um dia, poder voltar lá no Verão e nadar muito naquelas águas cristalinas.

Por enquanto, foi em Guam que pude fazer isso. Meu Deus, que maravilha nadar naquele mar paradisíaco, de águas mornas e naquele clima delicioso!

Ainda tive o privilégio de me hospedar num hotel de frente para o mar, o Westin Resort Guam. Frente mesmo, tão de frente que a praia é só para os hóspedes. Nem dei bola para a piscina, que eu também amo…

Foram apenas dois dias/duas noites. Cheguei lá na sexta à tarde e me despedi do paraíso no domingo à tarde.

E em vez de fazer um tour pela ilha, preferi curtir com mais intensidade aquele pedacinho onde eu estava: praia, praia, praia…

restaurante – tive de testar a churrascaria brasileira, chamada Churrasco (rs), que eu super aprovei – e um ponto turístico chamado “Two Lovers Point”. Tem um mirante, com vista noturna lindíssima!

E tem também aquele costume de amarrar corações e/ou cadeados nas árvores e nas grades, como nas pontes de Paris.

Espero que minhas poucas e modestas fotos mostrem um pouquinho desse paraíso. Espero também que eu possa voltar lá, com mais tempo, e conhecer melhor a cultura local, as demais praias, as demais paisagens deslumbrantes…

E vocês, queridos leitores, ficaram com vontade de visitar Guam?

Em tempo: são tantos turistas japoneses que, no hotel que eu fiquei, por exemplo, as placas são todas bilíngues! E no aeroporto havia funcionários falando japonês!

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